Ter amigos homens...

Bem, o começo dessa postagem é um pouco antigo...

Essa semana estava eu no facebook, como de costume, e dei de cara com uma postagem compartilhada Brasil afora. Fui obrigada a compartilhar também, afinal concordo plenamente com as palavras de Jady do Prado Fernandes, que podem ser lidas abaixo nesse print mal dado...

Essa moça é um gênio. Digo isso por experiências próprias. Tenho muitos amigos. Mais amigos do que amigas, evidente. Tenho amigos dramáticos, carentes, sarcásticos, inteligentes, perturbados, sociopatas,  piadistas, talentosos, cantores, nerds, e assim por diante.

Sabe, eu acredito em amizade verdadeira entre homem e mulher. (Tudo bem, meu namorado é meu amigo. Mas sempre foi uma amizade diferente...)

Quando eu falo em amizade verdadeira, me refiro a uma relação próxima o suficiente pra considerar a pessoa alguém da sua família. Alguém que você não tem vergonha. Alguém que você se sente feliz em escaldar. Que você oferece o ombro.

Engraçado, nunca tive vergonha dos meninos. Na verdade, sempre me senti mais à vontade com eles. Eles são menos falsos, menos escorregadios, ainda que alguns sejam descarados e/ou mentirosos.

Me lembro de uma história na 4ª série, quando eu tinha 8 anos (sim, eu tinha 8 anos na 4ª série, apesar de agora estar no 3º ano aos 18 anos - me poupem de contar essa história). Teve uma gincana na escola, ou algo parecido, e nós precisávamos trocar de roupa rapidamente. As meninas estavam fazendo uma fila enorme na porta do único banheiro disponível, quando eu simplesmente vi os meninos trocando de camisa na sala mesmo. Eu pensei algo parecido com "Ah, dane-se" e entrei na sala. Abri minha mochila, peguei a roupa que deveria trocar e fui tirando a camisa da farda. Um dos meninos me olhou assustado. Eu só disse: "Ah, não se importe não, eu não tenho problema nenhum em trocar de roupa na frente de vocês. Eu nem tenho peito." Pra mim as coisas eram simples daquele jeito - não fazia diferença se eles eram meninos e eu era menina. Nós éramos pessoas, iguais.

Voltando mais ainda no tempo... Meu melhor amigo de infância era meu primo mais novo. Nós éramos quase inseparáveis, como irmãos. E eu nunca me importei se ele fazia coisas nojentas na minha frente, só achava engraçado. Nunca fui como as outras meninas.

Enquanto outras meninas da minha idade achavam chato brincar com um menino durante a pseudo-natação que rolava na minha escola dia de sexta-feira, eu simplesmente brincava de "passar por debaixo da perna" do meu amigo mais próximo da 4ª série.

Morei numa rua que só tinha meninos. Pulava muro, subia em árvore, brincava de corrida, de briga. Batia em todo mundo com o pretexto de que "homem que bate em mulher é covarde". Eu nunca apanhava.

Meu primeiro melhor amigo na adolescência é como um irmão pra mim hoje. Conto pra ele tudo o que é besteira na minha vida e acredito que ele me conta tudo também, até o que poderia ser constrangedor. Não temos segredos. Nos aconselhamos, nos abraçamos, rimos um da cara do outro, ele me esculhamba, somos felizes. E minha maior expressão de carinho com meus amigos é dar um beliscão beeem forte no braço. Ai de mim se fizesse isso com alguma amiga (tenho uma marca de unha até hoje no braço por ter brincado de beliscar com uma amiga minha).

Eles não se revoltam quando sou violenta. Eles gostam de me ouvir. Eles não hesitam em falar se eu estou feia, se meu cabelo está estranho, se não gostaram da minha roupa. Mas se eu estiver bonita, sempre vão me elogiar porque não têm o que perder com isso.

E eu fico feliz em ajudá-los a resolver problemas, principalmente quando esses problemas têm a ver com mulheres, porque, afinal de contas, mesmo que eu os entenda bem melhor do que a elas sei dizer como me sentiria.

E o melhor de tudo é que sei que não brigaremos por coisas fúteis. Ou pelo menos não é isso que acontece. E que todas as discussões acabam em risadas.

Eu tenho ciúmes das namoradas deles, mas são ciúmes "saudáveis". O problema é que elas ficam com ciúmes de mim. E não são ciúmes saudáveis. Causo muitos problemas aos relacionamentos dos meus amigos.

Enfim, não sei bem onde quero chegar com essa postagem. Mas, meninos, continuem sendo meus amigos. Ainda que cada um siga seu rumo, que cada um case, se mude, não deixem de ir na minha casa, telefonar, deixar recados no facebook, mandar e-mails, me escrever coisas... Posso parecer um pouco esnobe às vezes, mas é minha forma de demonstrar o quanto amo vocês. Espero que continuem entendendo.