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Mostrando postagens de abril, 2013

Ode ao comodismo

Eu gosto do comodismo, sabe? Eu gosto da rotina. Eu acho a coisa mais natural acordar cedo, trabalhar oito horas e depois sentar no sofá pra assistir a novela. É uma sensação de conforto, tal como folgar o cinto e tirar os sapatos ao chegar em casa. Vez ou outra ficar acordado até mais tarde pra ver o jogo da Libertadores ou o paredão do Big Brother. Acho que estou ficando velho. Nunca fui muito desse negócio de ativismo, mas já tive meus dias de querer ser "revolucionário". Já fui de grêmio estudntil (um de meus maiores arrependimentos), já fui pra passeata na rua contra aumento de passagem, já discuti muito por política... Aí eu cansei. É muito chato você querer tomar uma posição. Você recebe cobranças de todos os lados. "Faça isso, não faça aquilo". "Se você diz isso, por que não faz aquilo?". Ah, isso é um chute no saco. Eu acho que as pessoas estão muito críticas, principalmente as da minha idade. Será que, porque eu tenho vinte anos, eu não tenho

#MendigoVirtual - Coreia em fúria

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EXTRA! EXTRA! Androide 19 sai dos animes e ameaça a paz na Terra comandando a Coreia do Norte E agora, Goku? O pequeno ditador Kim Jong-un, que assumiu o poder na Coreia do Norte após a morte de seu querido pai, o ditador grande Kim Jong-il em dezembro de 2011, deve ter viajado legal na maionese quando lia seus mangás de Dragon Ball e resolveu sair ameaçando geral com mísseis. Sei lá, mas esse não era o papel do Armandinho Ahmadinejad lá do Irã? Enfim, parece que a qualquer momento esse gordo louco vai sair bombardeando a porra toda. Gordo só faz gordice (nada contra, tenho amigos gordos, inclusive. Não sou gordofóbico). Com esse risco de rolar um Call of Duty a qualquer momento, pensei em como me proteger caso a parada chegue aqui. O maior medo é dos ataques aéreos e de privação de mantimentos, já que, no caso de invasão terrestre, os meninos aqui já são preparados desde cedo na base do Counter-Strike. Como não podia deixar de ser, tava pensando em me refugiar no I

Crianças juntas

Cá estamos nós, você, eu, relembrando nossa infância. Nada fora do comum, diga-se de passagem. Mas aquilo que foi ontem também parece tão distante quando comparada às crianças de hoje, não é? O que fazíamos de tão especial? Nada demais. Só brincávamos. Não havia rede social, havia rua. Nada de joguinhos eletrônicos, mas o velho esconde-esconde. Celulares? Não, trotes no orelhão. Crianças aos 12 anos não se lamentavam de amores perdidos; elas nem sabiam direito o que era isso. Pipas, peões, bolas, cordas, elásticos. Crianças brincando juntas. Piolho, catapora, gripe. Crianças brincando e adoecendo juntas. E os doces, ah! Os doces... Nossos chicletes, pirulitos, balas, caramelos... O velho “meu e seu” e o antipático “meu só”. Salgadinhos, pipocas doces, festas de criança. Bolo, cachorro-quente. Bicicletas, corridas. Crianças brincando juntas. Quedas, cicatrizes, pontos, assinaturas no gesso. Crianças brincando e se machucando juntas. E os brinquedos que todos queriam ter? E

27/9/2011

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Ele esperava a tarde cair , enquanto esperava a sua condução. Ele admirava o córrego correndo em meio a dois imensos rios de asfalto, cujas correntezas iam e vinham, margeadas por imensas árvores de concreto. O tráfego lhe distraía dos problemas, lhe fazia esquecer dos irmãos em agonia que ele via nos programas de meio-dia. Esperava que, talvez, um herói comum viesse lhe salvar a vida. Mas, qundo parava pra pensar, se sentia como uma marionete cujos cordões foram cortados. Seus fones de ouvido, sintonizados nas ondas FM do rádio, tiravam sua atenção das buzinas e das pessoas que, gentilmente, compartilhavam seu gosto musical em seus potentes aparelhos celulares e caixas de som portáteis. Sentia-se anestesiado e, vez ou outra, tomava um comprimido, mais por rotina do que por real necessidade. Algumas vezes, ficava se perguntando o que fariam aquelas pessoas que ele só via do outro lado da rua e, quando via alguém excessivamente arrumado, se questionava se a maquiagem só conseguiria dis

O sofrer

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"Quem te fez sofrer assim?" Claro. A inspiração mais pura sempre vem do sofrimento. Talvez não tenha nem sofrido realmente, talvez nem seja o sofrimento em si. Talvez seja o sofrimento de um outro alguém. Talvez seja o meu sofrimento misturado ao sofrimento de outro, de outros. De muitos. De todos, e de ninguém. Um amor, uma saudade, uma paixão, uma ilusão, uma desilusão, uma amizade, um desgosto, uma alegria. Não, nenhum desses sentimentos inspira mais que o sofrimento. O sofrimento faz com que os segredos e verdades escondidos no âmago do nosso ego venham à tona. E isso que chamamos "inspiração" nada mais é o canal por onde essas verdades chegam à superfície. Às vezes, sem querer. Ou por querer. Quem sabe a gente nem consiga colocar pra fora. Quiçá outrem consiga nos ver por dentro melhor que nós mesmos. Talvez meu sofrimento te dê inspiração, talvez o teu sofrimento me inspire. Ou tua inspiração me faça sofrer, ou a minha inspiração te cause sofriment

E eu aqui...

E eu aqui aguardando sua ligação... Não que eu morra sem isso. Aliás, se não quiser ligar, não ligue. Já passam das dez mesmo... Posso inventar outras coisas pra fazer.   Nem ligo de não ouvir sua voz hoje à noite. Já faz um tempo que cresci, não preciso de canção de ninar. Muito menos de histórias. Não pense que me importo de saber como foi o seu dia. Talvez eu não me importe. Ou talvez sim. Entenda como quiser. Aliás, por que estou falando sobre isso mesmo? Só porque ainda me lembro do cheiro de sabão em pó misturado com perfume que tem na sua camisa? Ou porque estou imaginando nesse exato momento seus dedos entrelaçados nos meus? Malditas sejam suas mãos. Não que eu não as ame. Pelo contrário, amo mais do que deveria. Maldita seja sua boca. Porque dela sai sua voz. Cuja ausência não me deixa dormir. Porque nela vive seu sorriso também. E aquele alinhamento de pérolas transforma meu dia em outro. Aliás, quem fez aquele desenho tão bonito que ela tem? E que s

Da beleza...

Aqui estou eu novamente em frente ao computador, teclado e dedos, olhos e mente, (falta de) criatividade e palavras. Sobre o que quero falar? Não tenho um assunto específico. Na verdade, estou muito envolvida pela beleza. Não me refiro à beleza física em si, mas àquela coisa subjetiva que faz com que a gente se apaixone por alguém pelo resto da vida. Imagino que é a mesma beleza que encanta alguém depois de cinquenta anos de convivência. O que une as pessoas na doença, na pobreza, na falta de paixão, no fim. Até o fim. Não quero chamar essa beleza de amor. Amor é algo que é tão subestimado e desvalorizado que nem tem mais tanta graça falar sobre isso. É só beleza mesmo. Para as pessoas jovens, a beleza muitas vezes é só aquilo que se pode ver. É o olho, o cabelo, a boca... Os gestos, a voz... Mas, e quando isso se esvai? Quando os olhos começam a azular, o cabelo começa a pratear, a boca perde o contorno, quando gestos e vozes são trêmulas, onde fica a beleza? Lá dent