Capítulo 5
- Comprei minha guitarra – Foi com essa frase que eu recebi o Kevin na segunda-feira duas semanas depois de entrar na loja de instrumentos musicais.
- Como assim cara?
- Eu comprei a Gibson que eu queria.
- Sério? Preciso ver essa guitarra.
- Precisa mesmo. Eu me senti o próprio Slash tocando aquilo.
- É uma pena que eu não saiba tocar.
- Você pode aprender, não é tão difícil assim.
- Sim, sei...
Meus olhos se desfocaram completamente do Kevin quando eu vi a Beatrice. E o Phil. Eu não conseguia parar de olhar pra eles. Parecia que o Kevin se importava mais com a minha mudança de estado em cumprimento da promessa do Phil do que eu.
- Cara, você quer mesmo ser chutado pra fora do estado, não é? – Foi assim que o Kevin tirou o casalzinho da minha linha de visão.
Eu realmente não me importava com isso. Na verdade, eu ainda não conseguia entender aquele relacionamento. Mas eu já tinha me questionado muito sobre isso nas duas últimas semanas.
Uma coisa era certa: Phil havia mudado bastante desde que começou a namorar a Beatrice. Mas, realmente, quem não mudaria ao lado dela? Ele nem sequer olhava mais na minha direção e no último jogo que eles perderam eu não apanhei. Era a única coisa boa. Mas toda dor física que ele podia me causar não se comparava com a dor que eu estava sentindo por Beatrice. Eu preferia apanhar todos os dias com ela do meu lado do que não apanhar e vê-la com ele.
Nas últimas semanas eu vinha me esforçando mais na natação, talvez em resultado de tanta energia acumulada durante a semana. Energia que eu podia gastar tranquilamente no dia em que eu desse um murro na cara do Phil. Ou talvez vários. Seria a vingança por todos esses anos que eu apanhei calado, por todas as vezes que tirei o Kevin do lixo e por ele ter me tomado a Beatrice. Mas eu gastava toda essa energia na piscina, com cada vez mais força, cada vez mais rápido. No sábado, o treinador Gibbs me chamou para conversar.
- Smith, quero falar com você.
- Sim senhor, pode falar.
- Tenho notado uma melhora significativa no seu desempenho e acho que você podia ir conosco para Los Angeles. Vamos ter uma competição lá daqui a algumas semanas e se você for tão bom lá quanto tem sido aqui, vai ser mais um dos nossos no pódio.
- Obrigado Treinador.
- Será um prazer tê-lo conosco.
Essa era a frase que eu sempre sonhei ouvir. Eu podia ser bom em alguma coisa. Precisava melhorar.
- Senhor, acha melhor que eu treine duas vezes por semana?
- Seria o ideal.
- Então, estarei aqui na quarta à noite.
- Ótimo
Comecei a treinar como um louco. Então chegou o dia da viagem. Fomos para Los Angeles uma sexta-feira à tarde. Eram cinco garotos e duas meninas na nossa equipe. Lá no alojamento, conheci dois garotos.
- Oi, sou Josh, qual o seu nome? – Ele me perguntou, assim que paramos um tempo.
- Ben.
- Esse é meu amigo Dan. Então, há quanto tempo você nada?
- Seis anos.
- Bastante tempo. – Dan disse. – Por que eu nunca te vi por aqui?
- Talvez por que eu nunca fui selecionado nesse tempo todo pra competir.
Eles riram da minha auto piada. Conversamos um tempo sobre vários assuntos, principalmente música. Eles gostavam de algumas das bandas que eu gostava e deram umas boas sugestões de outras pra eu conhecer.
- Você toca algum instrumento Ben? – Dan me perguntou.
- Toco guitarra.
- Que bom que eu te perguntei isso. Você é um milagre! – Dan disse
- Tudo que a gente precisava agora! – Josh completou
- Por quê?
- Eu e Dan temos uma banda, eu toco baixo, ele toca teclado e temos uma amiga que toca bateria, mas estamos sem guitarrista. O que acha de tocar com a gente?
Foi uma proposta inesperada. Eu já estava quase terminando o ano letivo, chegando nas férias de verão. Poderia passar as férias aqui em Los Angeles, mas agora não dava pra tocar com eles.
- Pensa bem, é uma chance única. Se nós ficarmos famosos, você vai se arrepender de não ter aceitado o convite. – Dan disse.
- Podemos ver você tocando enquanto não estamos competindo e depois você volta nas férias. – Josh falou.
- É uma boa idéia. Vou falar com meus pais. Mas, onde eu vou ficar?
- A baterista da nossa banda, Ellie, mora numa espécie de república. A casa é dela, mas ela aceita aluguel de quem quiser morar lá. Se você vier estudar aqui, podemos ficar todos no mesmo lugar.
- Mas, não faça planos antes da gente te ver tocar.
- Vocês não vão se arrepender de terem me convidado. – Eu disse, num surto de confiança que eu não me reconheci.
No sábado, tivemos a nossa primeira prova. Eu, incrivelmente, fiquei em segundo lugar, subindo no pódio pela primeira vez em seis anos. No domingo depois da segunda prova, fomos à casa do Dan, pra que eu conhecesse onde eles ensaiavam. Dan era filho único e tinha perdido o pai aos sete anos. A mãe dele era bem simpática e me tratou muito bem, mesmo sem me conhecer direito.
Na garagem estavam todos os instrumentos que precisávamos: baixo, guitarra, teclado e bateria.
- Você toca tudo isso Dan? – Perguntei pasmo ao ver todos aqueles instrumentos.
- Não, a guitarra e o teclado são meus, mas minha especialidade é o teclado. O baixo é do Josh e a bateria é da Ellie. Já que ensaiamos sempre aqui, é mais fácil deixar tudo aqui mesmo.
- Então, vai ou não vai tocar? – Josh perguntou, ao me ver mexendo na guitarra.
Eu não respondi nada. Comecei tocando o solo de Sweet Child O’mine, por que é um clássico. Depois o solo mais difícil que eu já aprendi: Through the Fire and Flames do Dragon Force. Terminei tocando uma música que eu gosto muito, Dream on do Aerosmith. Eles ficaram em silêncio.
- Bom esse cara que vocês acharam. – Uma voz feminina disse na entrada da garagem.
- Oi Ellie. – Dan e Josh disseram juntos
- E aí? – Ela disse e sorriu.
Ela tinha um cabelo castanho, longo e ondulado, vestia uma camisa preta do Led Zepplin amarrada e um short jeans curto e desfiado, e usava um Wayfarer preto com detalhes vermelhos. Era a segunda pele mais bonita que eu já tinha visto, com a diferença de ser um pouco mais bronzeada que a primeira. Tinha dentes brancos e a boca vermelha realçava o sorriso. Foi a segunda vez que eu fiquei abestalhado na frente de uma garota. Foi a segunda vez que eu não sabia se ficava parado ou corria.
- Como assim cara?
- Eu comprei a Gibson que eu queria.
- Sério? Preciso ver essa guitarra.
- Precisa mesmo. Eu me senti o próprio Slash tocando aquilo.
- É uma pena que eu não saiba tocar.
- Você pode aprender, não é tão difícil assim.
- Sim, sei...
Meus olhos se desfocaram completamente do Kevin quando eu vi a Beatrice. E o Phil. Eu não conseguia parar de olhar pra eles. Parecia que o Kevin se importava mais com a minha mudança de estado em cumprimento da promessa do Phil do que eu.
- Cara, você quer mesmo ser chutado pra fora do estado, não é? – Foi assim que o Kevin tirou o casalzinho da minha linha de visão.
Eu realmente não me importava com isso. Na verdade, eu ainda não conseguia entender aquele relacionamento. Mas eu já tinha me questionado muito sobre isso nas duas últimas semanas.
Uma coisa era certa: Phil havia mudado bastante desde que começou a namorar a Beatrice. Mas, realmente, quem não mudaria ao lado dela? Ele nem sequer olhava mais na minha direção e no último jogo que eles perderam eu não apanhei. Era a única coisa boa. Mas toda dor física que ele podia me causar não se comparava com a dor que eu estava sentindo por Beatrice. Eu preferia apanhar todos os dias com ela do meu lado do que não apanhar e vê-la com ele.
Nas últimas semanas eu vinha me esforçando mais na natação, talvez em resultado de tanta energia acumulada durante a semana. Energia que eu podia gastar tranquilamente no dia em que eu desse um murro na cara do Phil. Ou talvez vários. Seria a vingança por todos esses anos que eu apanhei calado, por todas as vezes que tirei o Kevin do lixo e por ele ter me tomado a Beatrice. Mas eu gastava toda essa energia na piscina, com cada vez mais força, cada vez mais rápido. No sábado, o treinador Gibbs me chamou para conversar.
- Smith, quero falar com você.
- Sim senhor, pode falar.
- Tenho notado uma melhora significativa no seu desempenho e acho que você podia ir conosco para Los Angeles. Vamos ter uma competição lá daqui a algumas semanas e se você for tão bom lá quanto tem sido aqui, vai ser mais um dos nossos no pódio.
- Obrigado Treinador.
- Será um prazer tê-lo conosco.
Essa era a frase que eu sempre sonhei ouvir. Eu podia ser bom em alguma coisa. Precisava melhorar.
- Senhor, acha melhor que eu treine duas vezes por semana?
- Seria o ideal.
- Então, estarei aqui na quarta à noite.
- Ótimo
Comecei a treinar como um louco. Então chegou o dia da viagem. Fomos para Los Angeles uma sexta-feira à tarde. Eram cinco garotos e duas meninas na nossa equipe. Lá no alojamento, conheci dois garotos.
- Oi, sou Josh, qual o seu nome? – Ele me perguntou, assim que paramos um tempo.
- Ben.
- Esse é meu amigo Dan. Então, há quanto tempo você nada?
- Seis anos.
- Bastante tempo. – Dan disse. – Por que eu nunca te vi por aqui?
- Talvez por que eu nunca fui selecionado nesse tempo todo pra competir.
Eles riram da minha auto piada. Conversamos um tempo sobre vários assuntos, principalmente música. Eles gostavam de algumas das bandas que eu gostava e deram umas boas sugestões de outras pra eu conhecer.
- Você toca algum instrumento Ben? – Dan me perguntou.
- Toco guitarra.
- Que bom que eu te perguntei isso. Você é um milagre! – Dan disse
- Tudo que a gente precisava agora! – Josh completou
- Por quê?
- Eu e Dan temos uma banda, eu toco baixo, ele toca teclado e temos uma amiga que toca bateria, mas estamos sem guitarrista. O que acha de tocar com a gente?
Foi uma proposta inesperada. Eu já estava quase terminando o ano letivo, chegando nas férias de verão. Poderia passar as férias aqui em Los Angeles, mas agora não dava pra tocar com eles.
- Pensa bem, é uma chance única. Se nós ficarmos famosos, você vai se arrepender de não ter aceitado o convite. – Dan disse.
- Podemos ver você tocando enquanto não estamos competindo e depois você volta nas férias. – Josh falou.
- É uma boa idéia. Vou falar com meus pais. Mas, onde eu vou ficar?
- A baterista da nossa banda, Ellie, mora numa espécie de república. A casa é dela, mas ela aceita aluguel de quem quiser morar lá. Se você vier estudar aqui, podemos ficar todos no mesmo lugar.
- Mas, não faça planos antes da gente te ver tocar.
- Vocês não vão se arrepender de terem me convidado. – Eu disse, num surto de confiança que eu não me reconheci.
No sábado, tivemos a nossa primeira prova. Eu, incrivelmente, fiquei em segundo lugar, subindo no pódio pela primeira vez em seis anos. No domingo depois da segunda prova, fomos à casa do Dan, pra que eu conhecesse onde eles ensaiavam. Dan era filho único e tinha perdido o pai aos sete anos. A mãe dele era bem simpática e me tratou muito bem, mesmo sem me conhecer direito.
Na garagem estavam todos os instrumentos que precisávamos: baixo, guitarra, teclado e bateria.
- Você toca tudo isso Dan? – Perguntei pasmo ao ver todos aqueles instrumentos.
- Não, a guitarra e o teclado são meus, mas minha especialidade é o teclado. O baixo é do Josh e a bateria é da Ellie. Já que ensaiamos sempre aqui, é mais fácil deixar tudo aqui mesmo.
- Então, vai ou não vai tocar? – Josh perguntou, ao me ver mexendo na guitarra.
Eu não respondi nada. Comecei tocando o solo de Sweet Child O’mine, por que é um clássico. Depois o solo mais difícil que eu já aprendi: Through the Fire and Flames do Dragon Force. Terminei tocando uma música que eu gosto muito, Dream on do Aerosmith. Eles ficaram em silêncio.
- Bom esse cara que vocês acharam. – Uma voz feminina disse na entrada da garagem.
- Oi Ellie. – Dan e Josh disseram juntos
- E aí? – Ela disse e sorriu.
Ela tinha um cabelo castanho, longo e ondulado, vestia uma camisa preta do Led Zepplin amarrada e um short jeans curto e desfiado, e usava um Wayfarer preto com detalhes vermelhos. Era a segunda pele mais bonita que eu já tinha visto, com a diferença de ser um pouco mais bronzeada que a primeira. Tinha dentes brancos e a boca vermelha realçava o sorriso. Foi a segunda vez que eu fiquei abestalhado na frente de uma garota. Foi a segunda vez que eu não sabia se ficava parado ou corria.
Ok terminei de ler e meu deus...essa Ellie é uma gata hein? (cof cof) ashuahuashaush menina sucessinho ela...auhsauhsuashuh. cara adorei o design do blog muito bonito! parabens Rach. ler o que vc escreve me faz muito feliz!! asuhaush
ResponderExcluirEllie (pois é sou eu mesma bem se quiserem altografos é só falar aushaush)
Mas, realmente, sucessinho essa menina. Eu não te disse, mas eu comecei a escrever esse livro ouvindo "She can get it". Kkkkkkkkkkk. Ela tinha que pelo menos parecer com a garota da música (de KEVIN Rudolf)
ResponderExcluirCARA***!!! Through the fire and the Flames, DragonForce!!!! AAAAAAAAAAA!!!!!!
ResponderExcluirCaramba, Rach, assim vc me mata!