Capítulo 27 - POV Beatrice

Continuei sentada no carro sem ter nenhuma ação, sem saber se ia embora ou se ia morrer ali. Ellie se aproximou e desligou o rádio, talvez percebendo que aquela música estava me fazendo chorar. Mas, mesmo sem o som, a letra da canção não saia da minha mente e eu continuei chorando.

- Beatrice... - Ouvi Ellie falar - Eu não sabia que era você.
- Tudo bem, não vou ficar aqui. - Ou pelo menos não pretendia.
- Mas você não tem onde ficar, você acabou de chegar.
- Eu não sei Ellie, eu não posso ficar aqui, não hoje. - Ellie não tinha culpa, muito menos Ben, pelas minhas escolhas erradas. Se eu não tivesse nada com Phil, provavelmente nada disso estaria acontecendo. Eu tinha que dar uma chance pra que eles vivessem em paz.
- Vamos dar uma volta, esfriar a cabeça, depois a gente volta e dorme. Amanhã as coisas ficam bem.
- Não termine... - Respirei fundo pra tentar continuar - Não termine com ele por minha causa, certo? Eu que estou errada. - Eu que não devia ter nem aparecido, se eu não quisesse vê-lo...
- Não, você não está errada. Pode me dar as chaves do carro? Acho que você não está em condições de dirigir.

Ellie ligou o carro e nós saímos da frente da casa. Era possível que ela estivesse tão abalada quanto eu, mas ela não estava chorando tanto. Eu precisava parar de chorar. Eu não sabia para onde íamos, mas me senti melhor de me afastar do lugar onde eu tinha visto o último momento feliz de Ben e Ellie... Que eu estraguei.

- Vou voltar pra casa. - Eu disse.
- Calma Beatrice, vamos dar uma volta na praia, caminhar um pouco, conversar. Não tem condições de você voltar à La Palma hoje. - Eu nunca tinha dito a Ellie que morava em La Palma. Talvez por isso ela não tivesse me relacionado a Ben.
- Ellie, me desculpe, eu não queria estragar tudo. - Eu falei, quando enfim consegui parar de chorar.
- Eu sei, a culpa não é sua. Na verdade, não é de ninguém. Se nós combinamos que você ficaria aqui, na minha casa, você vai ficar.
- Eu não vou me sentir muito bem com isso.

Ellie permaneceu em silêncio. Eu também não tinha nada pra dizer naquela situação, eu devia voltar pra casa. Mas, por que eu estava me sentindo traída? Eu nunca tive nada com Ben, ele não quis. E eu também não quis quando devia. Eles tinham que ficar juntos, não era eu que ia estragar tudo.

Em vinte minutos chegamos a uma praia, Manhattan, e nos sentamos na areia. Ela começou a falar:

- Bee, eu não quero que as coisas fiquem estranhas entre mim e você. Você é minha prima, a gente já não se vê há um bom tempo, não é por causa de um namorado que vamos nos distanciar de novo. Eu gosto do Ben, não quero magoar você, mas eu prefiro deixar que ele escolha o que fazer.
- Você está certa Ells. O problema é que eu sinto que estou estragando tudo de novo. Eu já estraguei tudo uma vez, estou repetindo o erro. Vocês tem que ficar juntos. Ben precisa de uma chance pra ser feliz e eu tenho que ficar longe.
- Eu entendo você, mas acho que pode ficar lá em casa, pelo menos pra nos ver tocar no próximo sábado. De qualquer forma, você vem estudar aqui, não podemos ficar tão distantes. Como você disse quando ligou, eu conheço a cidade, posso te mostrar. E tem muitos garotos legais por aqui, você ainda não conheceu niguém. - Ela tentou me encorajar, não sabendo que eu não queria conhecer ninguém.
- Está bem. Só que hoje não é o melhor dia pra ficar na sua casa. Talvez não seja tão cedo.
- Eu não sou a melhor pessoa pra te consolar agora... - Ela disse.

Eu entendia bem isso, afinal estávamos indiretamente disputando a mesma pessoa. Não que aquilo fosse uma briga literal. Eu não sabia bem o que fazer dali por diante. Minha vontade foi ligar para Kevin. Talvez ele já soubesse o que Ben pensava sobre isso, talvez ele pudesse me reanimar.

- Ellie, queria caminhar um pouco. Vou ligar para um amigo, quer me acompanhar?
- Não, vou ficar aqui, pra pensar.

O sol estava quente, não passava de duas da tarde. Mal eu havia chegado em Los Angeles, já estava querendo ir embora. Caminhei até um lugar pavimentado e com sombra, fiquei olhando o mar e liguei pra Kevin.

- Kev... Eu não sei o que fazer.
- Calma Beatrice. Onde você está agora? - Ele me perguntou.
- Manhattan Beach.
- Ben me disse que vocês duas saíram sem dizer onde iam. Ele está preocupado em casa. Você já organizou as idéias?
- Estou totalmente confusa. Eu não devia ter vindo. Por que você não me disse que ele estava namorando Kevin?
- Por que eu não imaginei que ela fosse sua prima. Los Angeles é tão grande, como eu ia imaginar que sua prima era a mesma Ellie do Ben?
- Você não tinha como imaginar, assim como eu não tinha. O pior é que eu não sei o que ele está pensando. Não sei nem se devo voltar pra a casa de Ellie.
- Ben não vai ficar lá hoje. Parece que ele vai dormir na casa de um dos amigos.
- Ele não tem que sair de casa por minha causa. Eu que estou no lugar errado, no pior momento.
- Você vai voltar pra La Palma?
- Não sei Kevin, Ellie quer que eu fique. Eu vim para visitá-la, eu tenho uma cidade pra conhecer.
- Onde ela está agora?
- Deixei-a sentada na areia, na praia.
- Eu não sei bem o que sugerir pra você Bee. Também não sei o que faria se estivesse no seu lugar. Eles tem uma rotina juntos, sua visita quebrou totalmente isso.
- Eu sei, não precisa você dizer que eu estou estragando tudo.
- Beatrice, pare de se culpar. Nenhum de vocês tem culpa. Eu não devia dizer isso, mas Ben ainda gosta de você. - Quando ele disse isso, eu fiquei surpresa - Mas eu não vou te incentivar a convencê-lo a terminar com Ellie e ficar com você.
- E eu não quero fazer isso, não é certo. Ela é minha prima.
- Mas acho que você pelo menos podia nos esperar chegar aí pra ver o festival.
- E vou ficar aqui uma semana com esse clima pesado?
- Não é bem assim Bee. É uma situação incomum, mas você decide ficar aí ou não. Só saiba de uma coisa: Ben está tentando viver a vida dele, deixe que ele decida.

Essas últimas palavras me fizeram refletir. Ben está tentando viver a vida dele, deixe que ele decida... Voltei para onde Ellie estava. Ela continuava sentada na areia, sozinha, olhando o mar, tão sem ação quanto eu.

- Vamos pra casa. - Ela disse quando me viu.
- Ben não está lá.
- Você falou com ele?
- Não, falei com Kevin. Parece que ele não vai ficar lá essa noite. Me desculpe Ellie, por favor, por todo transtorno que estou causando.

Ellie se levantou sem dar uma palavra, me encarou alguns instantes e depois foi andando para onde estava o carro. Talvez ela estivesse zangada comigo. Aquilo devia ser um sacrifício muito grande pra ela.

- Eu desisti dele Ellie - eu disse, quando entramos no carro. Ela ainda ficou em silêncio.

Se ela não queria falar, eu não ia insistir. Fomos quietas até em casa e, como Kevin disse, Ben não estava lá. A culpa por ter destruído a felicidade deles dois me invadiu de tal forma quando deitei pra dormir que eu tinha certeza de que no dia seguinte eu ia embora de manhã. Demorei pra pegar no sono. O que eu tinha feito?

Na manhã seguinte, acordei decidida a ir embora. Ellie me surpreendeu ao dizer que nós íamos dar uma volta e que ela não ia me deixar ir.

- Vou te apresentar um amigo. Vamos te levar pra conhecer a cidade.

Ela poderia não estar no melhor humor, mas estava se esforçando pra me tratar bem. Ellie atravessou a rua e tocou a campanhia da casa em frente à dela. De lá saiu um rapaz alto, moreno, muito bonito por sinal. Ele deu um sorriso enorme quando abriu a porta, iluminando todo o rosto, cerrando os olhos, ficando mais bonito ainda. Eles atravessaram a rua e vieram em minha direção.

- Bee, este é Noah, meu vizinho, baixista da nossa banda. - Ellie disse. - Noah, esta é minha prima, Beatrice. - Era evidente que Ellie não estava se sentindo muito confortável de sair, mas Noah foi bem humorado, pelo menos.
- Ela poderia ter me apresentado como um amigo, não é? Pouparia discurso... - Ele falou.
- É um prazer conhecê-lo Noah.
- O prazer é meu Beatrice. Soube que você quer conhecer a cidade. E aí? Que tal dar uma volta?
- Tudo bem.

Eu, Ellie e Noah saímos pra ver a cidade de Los Angeles. Eles se davam muito bem e era evidente que Ellie se sentia melhor do lado dele. Na verdade, deu pra notar que ele estava fazendo aquilo mais pra agradá-la do que qualquer outra coisa. Noah era muito simpático e prestativo, e estava visivelmente apaixonado por Ellie. Mas eles não me fizeram sentir como uma vela, pelo contrário, Ellie estava me empurrando pra Noah. Talvez ele fosse um dos garotos que ela queria que eu conhecesse.

Quando chegamos em casa, a boa energia que Ellie irradiou durante todo o dia se transformou em nada. Ben estava em casa, e o clima voltou a ficar pesado. Como já era noite, mesmo que ainda cedo, eu fui me aprontar para dormir e deixei que eles se resolvessem.

Fiquei olhando o teto por horas. Como não conseguia dormir, desci pra beber água. Meu coração ficou totalmente descompassado quando eu encontrei Ben na cozinha.

- Oi. - Ele sussurrou quando me viu.
- Oi. - Eu respondi.
- Sem sono?
- É.
- Eu também. - Ele falou. - Sempre gosto de tomar leite quando estou sem sono.
- Humm... Legal.
- Por que não experimenta o mesmo? - Dava pra notar que ele estava tentando ser amigável.
- É, pode ser.
- Vou subir, tentar dormir.
- Está bem, boa noite.
- Boa noite. - Ele disse e ficou parado. Eu me virei pra pegar o leite na geladeira. Quando voltei o rosto ele ainda estava lá. - Se quiser, posso fazer um chá. Ellie gosta de ver filmes quando está sem sono.
- Não, não precisa do chá.
- Se quiser ver um filme, posso te mostrar onde estão os melhores.
- Não, muito obrigada - Eu não consegui não sorrir diante da tentativa dele de ser um bom anfitrião.
- Do que você está rindo? - Ele perguntou, já começando a rir também.
- Nada.
- Então, agora vou mesmo. Boa noite.
- Boa noite.

Eu coloquei o leite pra esquentar e Ben subiu as escadas. De fato, não era a pior coisa do mundo estar na mesma casa que ele. E assim foram se passando os dias.

Normalmente Ben saía para trabalhar pela manhã e Ellie costumava passar as manhãs na garagem do vizinho. Ela me chamava pra ir também, mas eu preferia ficar em casa. Achava interessante Ben não se importar muito com essa amizade de Ellie com o vizinho bonitão, que estava caidinho por ela. Ainda me doía quando via Ben e Ellie juntos, então eu passava a maior parte do tempo explorando a cidade como um turista sem guia. Eles sempre ensaiavam durante a tarde e nesses momentos eu estava fora de casa.

Ellie insistiu tanto que eu acabei indo para um dos ensaios. Foi legal por que eu conheci os outros garotos que faziam parte da banda, Dan e Josh. Me diverti muito com Dan, tentando desenferrujar os dedos no teclado, lembrar o que aprendi na época das aulas de piano. Eles tocaram umas músicas legais, mas Ben hesitou um pouco quando Dan pediu pra ensaiarem uma tal de Kisses of Goodbye.

- Por que ele não quer tocar essa? - Perguntei a Josh, que assim como eu estava só assistindo o ensaio.
- Ele vai tocar. Só preste atenção na letra. - Ele respondeu.

Dan começou no teclado um toque triste, que lembrava uma caixa de música. Era bonito. Depois o resto do pessoal começou a acompanhar, Ellie na bateria, Noah no baixo, Ben na guitarra. Quando comecei a ouvir Ben cantar entendi qual o problema da letra. Era pra mim. I stared at you, girl, wish you could read my mind. I could just kiss you but I hate the kisses of goodbye

Comecei a suar frio de nervoso. Minhas mãos não queriam parar quietas, e eu tentava fazer as pernas pararem de tremer. Agora sim, todas as coisas faziam sentido. Ben nunca deixou de gostar de mim. A idiota tinha sido eu que tinha destruído tudo. Por que eu não tinha enxergado isso antes? Por que eu não entendia que todas as vezes que ele tentou falar comigo alguns anos atrás era só pra estar perto? Por que eu tinha começado a namorar Phil se eu sempre quis que Ben dissesse que me amava? Ele tinha se magoado comigo, ele estava tentando me esquecer e eu cheguei pra deixá-lo pra baixo de novo. E Ellie vinha sendo sempre uma garota tão boa, apoiou, escutou, ela sabia de tudo. Não poderia acontecer menos do que eles ficarem juntos.

Já tinha decidido. Não ia ficar triste ou deprimida por eles estarem juntos. Deixaria Ben escolher, como Ellie estava fazendo. E até ali estava claro que ele escolheria Ellie, ela o fazia bem. Mas ainda precisava falar com ele.

Fingi não entender que a música era para mim. Disse pra Josh que a música estava muito bonita, que com certeza eles iam ganhar o festival. O ensaio terminou e eu, Josh, Noah, Ellie e Ben fomos andando pra casa, que era ali perto. Eram quase seis da noite.

Na manhã seguinte resolvi falar com Ben quando ele saísse do trabalho. Eu sabia que ele estava na praia de Santa Mônica, só não sabia exatamente onde. Peguei o carro quase dez da manhã e fui até a praia. Não demorei muito pra achar a loja, então fiquei esperando ele terminar o expediente.

- Preciso falar com você - Disse quando ele estava saindo.
- Eu preciso almoçar, quer comer alguma coisa aqui perto? - Ele respondeu.
- Contanto que possa falar com você, tudo bem.

Paramos pra almoçar num restaurante próximo. Enquanto esperávamos o pedido, Ben me perguntou o que eu queria falar.

- Ontem, no ensaio, eu percebi que aquela música era pra mim. Aquilo é o que você sente até hoje ou você escreveu por que estava num momento de raiva? - Perguntei.
- Entenda como quiser Beatrice. - A garçonete chegou com nossos pratos. Ben começou a comer, mas eu nem sequer toquei no prato. - Não vai comer?

Comecei a mexer na comida com o garfo. Não estava muito satisfeita com a resposta dele. Mas a hora do almoço não era o melhor momento pra discutir isso. Tentei comer alguma coisa do prato. O silêncio imperou na mesa. Não demorou muito e Ben terminou o almoço.

- Podemos fechar a conta e sair pra conversar?
- Você mal tocou na comida - Ele disse.
- Eu não consigo comer direito quando estou engasgada com outras coisas.

Fechamos a conta e paramos em um lugar mais reservado pra conversar.

- Então, o que você quer saber? - Ele perguntou
- Eu estou muito confusa com tudo isso. Você ainda me ama Ben?
- Eu já te disse isso uma vez.
- Antes de começar a namorar minha prima.
- Você fala parecendo que eu te traí. Não é bem assim que as coisas funcionam Beatrice.
- Você ainda está muito magoado, não é?
- Por que estamos falando disso?
- Porque você e Ellie estão juntos mas você nem sabe se gosta mesmo dela. - Ele ficou me encarando sem resposta. - Eu não vou forçar você a fazer nada Ben. Eu só tenho um monte de coisas pra te dizer. Me desculpe. Me desculpe, está bem? Eu sou uma idiota. Eu pensei que estava fazendo o melhor quando comecei a namorar o Phil. Na verdade, você nunca demonstrou que gostava de mim de verdade, nunca me disse nada, nunca me deu uma certeza. Queria que eu adivinhasse? - Ele continuava em silêncio - Eu nunca teria nada com Phil se eu soubesse que ele era tão terrível. Tem coisas que você não sabe sobre a história. Antes do acidente, Phil disse que eu ficaria com ele de qualquer jeito, ou ele ia fazer alguma coisa com você. Eu terminei tudo, ele foi te procurar e bateu o carro. Ben, eu só quero que você entenda que eu não consegui parar de pensar em você, nem quando você ficou fora. E eu vim aqui visitar Ellie pensando que ela poderia me ajudar a encontrá-lo. Eu nunca pensei que vocês estariam namorando. Eu sei que eu te magoei muito e que fui errada muitas vezes, então estou te deixando livre pra ficar com Ellie, se você quiser. Mas se quiser ficar comigo, eu estou esperando, em La Palma ou aqui em Los Angeles, ou em qualquer outro lugar do mundo. E eu digo isso por que minhas pernas tremem, minhas mãos ficam geladas e eu sinto mais um monte de coisas quando eu te vejo. E você não faz idéia de como meu peito dói quando vejo você e Ellie juntos.
- Claro que eu sei. - Ele disse - Eu passei por isso, com você e Phil.
- Eu sei que posso estragar totalmente sua vida e você pode se arrepender completamente se escolher ficar comigo. Ellie é a melhor escolha. Mas eu não podia deixar de expôr o que eu penso.
- E o que você quer que eu pense disso Beatrice? - A expressão dele não se parecia nada com raiva ou confusão, parecia dor.
- Pense o que quiser Ben, eu só precisava falar isso. - Eu me levantei pra ir embora.
- Espere Beatrice.

Então, Ben me abraçou. Eu nunca me senti tão bem nos braços de alguém. Meu coração acelerou tanto que eu poderia ficar com vergonha. Mas eu sentia o coração dele, mais alto que o meu, também acelerado, e ele estava tremendo muito. Eu abracei-o mais forte, tentando fazê-lo parar de tremer, como se estivesse esquentando uma criança com frio. Ele se afastou, como se estivesse se sentindo culpado, e nem me olhou direito.

- O que houve Ben? - perguntei
- Eu não posso fazer isso com Ellie. Não posso. - Ele disse.
- Eu entendo.
- Preciso falar com ela.
- Tudo bem. Eu não vou pra a casa dela, talvez eu volte pra La Palma.
- Beatrice, fique, por favor. Eu vou conversar com Ellie. - Fomos andando até onde os carros estavam.
- Eu não vou voltar agora, vou dar umas voltas.

Ben me abraçou de novo e me deu o beijo que eu mais esperei na vida. Nunca me senti tão feliz.

- Tenho que resolver isso Beatrice. - Ele falou, interrompendo.

Entrei no meu carro e fiquei pensando em como tinha gostado do que aconteceu. Mas não parava de me sentir culpada por causa de Ellie. Ela era minha prima, eu não podia ser tão traiçoeira. Não sabia o que ia acontecer dali por diante. Na verdade, não sabia nem se tinha coragem de voltar na casa dela.

Ainda assim, a sensação de satisfação que senti superava tudo. Liguei o rádio e começou a tocar outra música da minha seleção que fazia muito sentido naquele momento: My heart sings do 311.

Segui pela estrada, percebendo que a música tinha tudo a ver com o que eu estava sentindo. Let it all go cuz we can't know just what will be. Hard it is to set you free. It's so much easier that way. My heart sings when I think of you. That is what you do...

* Tradução: Deixe tudo ir porquê não podemos saber exatamente o que será. É difícil te deixar ir. É tão mais fácil desse jeito. Meu coração canta quando eu penso em você. Isso é o que você faz

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