#BuzuFacts

Oi gente. Eu nem estava a fim de escrever mais um #buzufacts hoje, mas estou fazendo isso em consideração a vocês. Nem tenho mais pique. Tudo isso por causa de um ônibus. Um não, dois. E duas horas e meia de engarrafamento.



Eu simplesmente odeio engarrafamento. Aliás, se vocês acharem alguém que goste de engarrafamento e não é nem cobrador, nem motorista, juro que eu saio correndo no meio da pista causando o maior engarrafamento da história .

Eu sei que prometi falar sobre assalto, mas engarrafamento é o que está na minha mente hoje. E ônibus cheio. E idosos, deficientes, gestantes e mulheres com criança de colo.

Ok, ok, sei que pimenta nos olhos dos outros é refresco. Sei também que um dia eu posso ser gestante e, subsequentemente, mulher com criança de colo, e que se Deus me permitir, serei idosa. Sei também que posso me tornar deficiente. Mas eu tenho medo do que vai acontecer quando entrar num ônibus uma senhora, idosa, deficiente e grávida, com um netinho de dois anos.



Eu vou infartar. Sim, sei, ou ela é idosa, ou grávida. Mas, vai que existe um ser como esse?

Então, voltando a falar dos engarrafamentos, o que forma um engarrafamento? Às vezes um acidente de carro, grande quantidade de quebra-molas, horário de pico, agentes da SET Serviço de Engarafamento de Trânsito (os últimos são a principal causa). Mas, e quando nenhum desses está presente? EU NÃO SEI!!!

Engarrafamentos estressam 90% da população. 10% são motoristas, cobradores e agentes da SET. Por que motoristas e cobradores? Bem, não que eles realmente gostem ,mas um deles me disse um dia que, dependendo da quantidade de engarrafamentos, o número de viagens é menor e eles podem chegar mais cedo em casa. E agentes da SET? Recuso explicações. Se bem que a SET agora se chama Transalvador, né? Eles se camuflaram, o objetivo continua o mesmo.

Eu nunca me sento na frente do ônibus.

(Frente do buzu lotado)

Odeio ceder lugar, logo, não vou para onde devo fazer isso. Hoje, além do engarrafamento, me sentei na frente ou me levantei, tanto faz. A frente do ônibus é o pior lugar pra se estar num engarrafamento. Se o ônibus estiver cheio, a frente é o lugar mais cheio. E sempre há pessoas idosas, deficientes, gestantes e mulheres com criança de colo. Nós temos que entender que essas são pessoas com dificuldades, que precisam entrar pela frente, que precisam de lugares cedidos. Mas nós não entendemos!!

Vamos falar direito sobre cada uma das classes. Não é uma questão de criticar, mas comentar o que as pessoas falam.

Gestantes: Elas têm um futuro ocupante de ônibus no seu ventre. Elas podem entrar pela frente quando a barriga não passa mais pela catraca. Elas têm direito a um lugar lá na frente. E você deve dar o lugar pra elas. (Faça isso, ou serás fadado a andar de ônibus pelo resto de sua existência. Muahahahaha #PragadeMãe). Mas isso dura pouco. Só até quando a criança faz cinco anos. Depois que o bebê nasce, há uma nova classificação:

Mulheres com criança de colo: Pra mim, crianças de colo são aquelas pequenas demais para andar e que podem morrer sufocadas se a mãe não está sentada no ônibus. Guris a partir de três anos não se encaixam mais nessa situação. Sabem xingar, bater, portanto digam à essas mães que parem de furar a fila da Estação Pirajá não façam cara feia quando alguém não dá lugar. E fiquem felizes SE alguém ainda quiser colocar o guri no colo.

Idosos: eu já ouvi muitas pessoas reclamando sobre eles. Na verdade, ouvi uma sugestão que achei surpreendente. Alguém disse: "Eu não entendo porque esse povo idoso fica pegando ônibus cheio. Não paga, tem um monte de opções. Se eu fosse velha, pegava vários ônibus por dia, e não incomodaria ninguém." Por mim, criariam um ônibus para idosos, outro para gestantes, outro para deficientes, outro para estudantes, outro para a classe trabalhadora...

Eu tenho avós, mas elas normalmente saem quando os ônibus estam mais vazios. Tudo bem, espero ter um carro quando estiver na terceira idade...

Deficientes: As pessoas que pegam ônibus costumam se revoltar quando o ônibus tem que parar pra pegar alguém na cadeira de rodas. Eu acho isso ridículo. Aliás, o preconceito que existe com cada uma das classes acima citadas é ridículo. Um dia, num buzu lotado, experimente escutar o que as pessoas dizem se o ônibus tiver muitos idosos na frente ou se tiver que parar pra pegar alguém na cadeira de rodas. É deprimente.

No fim das contas, as piores pessoas são as que criticam. Não, não, as piores pessoas são as que fingem que não veem. As que fingem que dormem. Por essas e outras que Salvador foi classificada como a cidade mais mal educada do Brasil.

Agora, às vezes acontece (como aconteceu comigo) de num ônibus existir uma pessoa idosa problemática.

Estava eu, a caminha da escola, numa sexta-feira, quando meu buzu quebrou perto do barbalho (mais exatamente, na liberdade). Como existem diversas opções por ali, adentrei num Duque de Caxias mais vazio que veio atrás. Assim que pisei no ônibus, notei uma senhora, sentada nas cadeiras da frente, extremamente magra, vestida com roupas "joviais", que começou a gritar um monte de baboseira.

- Na Bahia só tem burro! Salvador é a cidade dos burros! É burro homem, burra mulher... um monte de burro! Vai ver lá se tem burro em Curitiba! Vê se tem burro em São Paulo! Não tem! Os burros ficam tudo se metendo no meio da rua, atravessando, pra lá e pra cá, atrapalhando o trânsito, dirigindo errado, um monte de burro!

Então, uma mulher que se incomodou, fez uma pergunta que explodiu em outra crise da senhora que gritava:

- E a senhora é de onde?
- INFELIZMENTE NASCI NESTA MERRRRRRRRRRRRRRRRRRDA QUE É A BAHIA! A TERRA DOS BURROS!

Em minha humilde opinião, esta sim deve ser estarrada pela galera do buzu lotado.

Bem, semana que vem podemos falar sobre figuras que devem ser estarradas pelo galera do buzão. Ou não.

Bjos e até a próxima.

Rach