Blackout+Show de Ivete+Sete dias
Ok, nas férias, quando você não está na internet, está vendo porcaria na TV. Eu estava vendo merda BBB e quando Bial terminou de explicar a prova do líder, PUF! Todas as luzes apagaram. Eram mais ou menos umas onze da noite. Eu, minha mãe e meu irmão ficamos tipo "hein?", olhando pra a televisão. Quando a ficha caiu de que era um apagão, eu fui pro quintal, ver as milhares de estrelas que conseguiam se destacar no céu.
Por mais incrível que pareça, o céu estava muito claro. E a única luz visível, além das estrelas, eram os holofotes do Festival de Verão de Salvador, indo em todas as direções, e o som um leve burburinho de caixas de som lá longe. Fui buscar o celular correndo, pra ver se alguma rádio estava passando a transmissão do Festival, pra saber exatamente o que estava acontecendo. Então ouvi que estavam esperando a entrada de Ivete Sangalo. "Pronto", pensei, "É o show da mulher que apagou Salvador toda. Não é possível. Que dinheiro é esse?"
Liguei pra Gianini, minha amiga, só pra conferir se lá estava faltando luz também. Sim, estava tudo apagado. Minhas suspeitas da relação entre o apagão e o show de Ivete começaram a ficar mais vivas quando alguém da rádio falou "E essa escuridão, é acidental ou proposital?". Relacionei a escuridão total ao tema que Ivete tinha escolhido pra esse ano, o sol. Ela tinha mandado a galera ir vestida de amarelo, vai que ela tinha pago pra Salvador apagar toda, pra ela ser o único brilho da cidade? Gianini ligou de novo: "Buraquinho, está sem luz". Lara ligou também: "A Pituba tá sem luz, e também outros estados." E eu pensando "Não é possivel".
Ainda fiquei com a rádio ligada esperando a entrada de Ivete no Festival por quase uma hora: ela estava atrasada. Eu acreditava sinceramente que quando ela entrasse no palco tudo se acenderia de nov. Sei lá, um efeito digno de Michael Jackson, parar a cidade toda.
Esperei, esperei. Márcio Vitor, aquele cara, vocalista do Psirico, disse que estava no carro, se encaminhando pra o Parque de Exposições quando ficou muito triste com a notícia que ouvi no rádio: sete cidades tinham sido inundadas e nós ficaríamos sete dias sem energia elétrica. Mas o que importava era a energia do povo. Eu fiquei chocada. Sete dias sem luz? Sete dias sem TV, sem geladeira, com todas as carnes apodrecendo, sem água gelada (se bem que meus dentes sensíveis não permitem isso), sem computador, sem twitter, sem msn, sem orkut (quem se importa?), sem colocar nada no blog (de novo). E como é que o Festival continuaria pelos próximos dias? Até onde eu sabia, nenhum gerador aguentaria sete dias. E os hospitais? Que tipo de gerador sustentaria os hospitais por sete dias? Mandei uma mensagem desesperada a Gianini, que dizia: "Ivete uma banana. Sete cidades inundadas e o nordeste sete dias sem luz. Acabei de ouvir no rádio."
Sete dias sem energia elétrica levaria várias redes de supermercados à falência. Não só Mercados, como shoppings, e geraria várias mortes nos hospitais. A essa altura eu já estava deitada na cama. Minhas portas estavam trancadas? Quem sabe o que pode acontecer num apagão? Aqui não é BedStuy, mas... (Analogia à Todo Mundo Odeia o Chris, pra quem não conhece BedStuy)
Acreditar que isso era culpa do show de Ivete Sangalo no Festival de Verão era muito mais reconfortante. Continuei ouvindo rádio, esperando ansiosamente todas as luzes acenderem quando Ivete entrasse. Ai, ai, atraso maldito. Cadê esse sol que não chega?
Então, gritaria, palmas e um coro de "IVETE! IVETE! IVETE!" tocava no rádio. "É agora. Vai tudo acender. É agora." Minha quase fé de que as luzes acenderiam era tão grande que quando começou o arranjo da música e Ivete começou a cantar "Nesse lance bom, nesse ritmo, tudo pode rolar..." e as luzes não acendiam de jeito nenhum, eu quase chorei. Exagero. Mas eu pensei: "É, que venham os sete dias de escuridão. Vou arranjar um fifó e salgar as carnes pra colocar no varal..." e Ivete completou com "ACELERA AÊ O CORAÇÃO! HOJE É DIA DE IVETE!"
Desliguei o rádio, fechei os olhos e me concentrei pra dormir. Quando estava entrando no estágio de pré-sono, a televisão ligou. Me deu um ódio de Márcio Vitor. Levantei pra desligar. O apagão durou no máximo duas horas. Sei lá, fiquei sem noção de tempo, no escuro não dava pra ver o relógio. Nem lembrei do celular.
Hoje descobri qual foi a real razão do apagão houve registro de problemas em uma linha de transmissão da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf). Os sistemas de três usinas (Xingó, Paulo Afonso e Luiz Gonzaga) foram automaticamente desligados. Paulo Afonso é a usina que alimenta Salvador.
Agora, sabe o que foi mais ridículo depois do apagão? Um: os tweets de pessoas do sudeste com gozações sobre nordestinos terem energia elétrica e essas coisas. Dois: gente quase morre nos hospitais por causa da falta de energia e a Globo bota como notícia principal: "Em Salvador, o blecaute ocorreu às 23h20 (horário local) e atrasou o show de Ivete Sangalo no palco do Festival de Verão. A energia voltou por volta de 1h35." Ah, morre Diabo!
Fico por aqui, quem quiser pode contar suas histórias do apagão nos comentários...
Por mais incrível que pareça, o céu estava muito claro. E a única luz visível, além das estrelas, eram os holofotes do Festival de Verão de Salvador, indo em todas as direções, e o som um leve burburinho de caixas de som lá longe. Fui buscar o celular correndo, pra ver se alguma rádio estava passando a transmissão do Festival, pra saber exatamente o que estava acontecendo. Então ouvi que estavam esperando a entrada de Ivete Sangalo. "Pronto", pensei, "É o show da mulher que apagou Salvador toda. Não é possível. Que dinheiro é esse?"
Liguei pra Gianini, minha amiga, só pra conferir se lá estava faltando luz também. Sim, estava tudo apagado. Minhas suspeitas da relação entre o apagão e o show de Ivete começaram a ficar mais vivas quando alguém da rádio falou "E essa escuridão, é acidental ou proposital?". Relacionei a escuridão total ao tema que Ivete tinha escolhido pra esse ano, o sol. Ela tinha mandado a galera ir vestida de amarelo, vai que ela tinha pago pra Salvador apagar toda, pra ela ser o único brilho da cidade? Gianini ligou de novo: "Buraquinho, está sem luz". Lara ligou também: "A Pituba tá sem luz, e também outros estados." E eu pensando "Não é possivel".
Ainda fiquei com a rádio ligada esperando a entrada de Ivete no Festival por quase uma hora: ela estava atrasada. Eu acreditava sinceramente que quando ela entrasse no palco tudo se acenderia de nov. Sei lá, um efeito digno de Michael Jackson, parar a cidade toda.
Esperei, esperei. Márcio Vitor, aquele cara, vocalista do Psirico, disse que estava no carro, se encaminhando pra o Parque de Exposições quando ficou muito triste com a notícia que ouvi no rádio: sete cidades tinham sido inundadas e nós ficaríamos sete dias sem energia elétrica. Mas o que importava era a energia do povo. Eu fiquei chocada. Sete dias sem luz? Sete dias sem TV, sem geladeira, com todas as carnes apodrecendo, sem água gelada (se bem que meus dentes sensíveis não permitem isso), sem computador, sem twitter, sem msn, sem orkut (quem se importa?), sem colocar nada no blog (de novo). E como é que o Festival continuaria pelos próximos dias? Até onde eu sabia, nenhum gerador aguentaria sete dias. E os hospitais? Que tipo de gerador sustentaria os hospitais por sete dias? Mandei uma mensagem desesperada a Gianini, que dizia: "Ivete uma banana. Sete cidades inundadas e o nordeste sete dias sem luz. Acabei de ouvir no rádio."
Sete dias sem energia elétrica levaria várias redes de supermercados à falência. Não só Mercados, como shoppings, e geraria várias mortes nos hospitais. A essa altura eu já estava deitada na cama. Minhas portas estavam trancadas? Quem sabe o que pode acontecer num apagão? Aqui não é BedStuy, mas... (Analogia à Todo Mundo Odeia o Chris, pra quem não conhece BedStuy)
Acreditar que isso era culpa do show de Ivete Sangalo no Festival de Verão era muito mais reconfortante. Continuei ouvindo rádio, esperando ansiosamente todas as luzes acenderem quando Ivete entrasse. Ai, ai, atraso maldito. Cadê esse sol que não chega?
Então, gritaria, palmas e um coro de "IVETE! IVETE! IVETE!" tocava no rádio. "É agora. Vai tudo acender. É agora." Minha quase fé de que as luzes acenderiam era tão grande que quando começou o arranjo da música e Ivete começou a cantar "Nesse lance bom, nesse ritmo, tudo pode rolar..." e as luzes não acendiam de jeito nenhum, eu quase chorei. Exagero. Mas eu pensei: "É, que venham os sete dias de escuridão. Vou arranjar um fifó e salgar as carnes pra colocar no varal..." e Ivete completou com "ACELERA AÊ O CORAÇÃO! HOJE É DIA DE IVETE!"
Desliguei o rádio, fechei os olhos e me concentrei pra dormir. Quando estava entrando no estágio de pré-sono, a televisão ligou. Me deu um ódio de Márcio Vitor. Levantei pra desligar. O apagão durou no máximo duas horas. Sei lá, fiquei sem noção de tempo, no escuro não dava pra ver o relógio. Nem lembrei do celular.
Hoje descobri qual foi a real razão do apagão houve registro de problemas em uma linha de transmissão da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf). Os sistemas de três usinas (Xingó, Paulo Afonso e Luiz Gonzaga) foram automaticamente desligados. Paulo Afonso é a usina que alimenta Salvador.
Agora, sabe o que foi mais ridículo depois do apagão? Um: os tweets de pessoas do sudeste com gozações sobre nordestinos terem energia elétrica e essas coisas. Dois: gente quase morre nos hospitais por causa da falta de energia e a Globo bota como notícia principal: "Em Salvador, o blecaute ocorreu às 23h20 (horário local) e atrasou o show de Ivete Sangalo no palco do Festival de Verão. A energia voltou por volta de 1h35." Ah, morre Diabo!
Fico por aqui, quem quiser pode contar suas histórias do apagão nos comentários...
AAi Raquel, nem fala! Eu liguei pra Jezreel e ele falou assim: " faltou luz na Sam martim velho!" e a ligação caiu.
ResponderExcluirNão conseguia falar com ngm... Depois disso eu já tava morrendo de ódio da Ivete! ( e a coitada nem teve nada a ver...)
Sem contar aquela merda que chamam de rádio. Nunca mais eu escuto a Bahia FM. FATO!