Narcisista

Ah, carnaval criativo, esse, viu? Pra vocês que ainda leem, segue aí mais uma crônica.

Narcisista

Abri os olhos e vi debaixo do lençol aquelas lindas pernas. Meio cobertas, me deram vontade de agarrar a pessoa debaixo do lençol. Me descobri e fui andando até o outro cômodo. Lá estava ela de novo, me seguindo.

Sorri, ela sorriu de volta. Caramba, que sorriso lindo. Como é que eu podia ter uma pessoa dessas dentro de casa? Cheguei mais mais perto, sem a intenção de fazer nada, a não ser observar todos os detalhes que pudesse. Prevendo meus movimentos, ela veio em minha direção. Sorri novamente, e ela sorriu também, meio tímida.

- Então, você em sempre aqui? - Perguntei.
- So quando você está - Ela respondeu, totalmente clichê.

Ela passou a mão no cabelo bagunçado, abaixou a cabeça e eu acompanhava cada movimento.



Fui tomar café enquanto a voz dela ecoava em minha cabeça. Incrível como ela era linda comendo também, toda delicada ao colocar a comida na boca. Nossa união era tão intensa que eu podia sentir seu mastigar. E eu cuidava dela com todo gosto do mundo, queria que ela fosse assim pra sempre.

Ela era tão linda. Os olhos castanhos profundos brilhavam fortes por causa do lápis de olho da noite anterior. O cabelo caia sobre os ombros, meio desgrenhado. Ela foi tomar banho.

O corpo dela, totalmente escultural, recebia os jatos d'água com uma beleza toda delicada, como se cada gota estivesse voltando ao seu lugar de origem. Seios na medida, cintura fina, quadril médio, bundinha de academia, pernas torneadas, pés perfeitos. E aquele rosto? Eu fechava os olhos e conseguia enxergá-lo com riqueza de detalhes. O nariz levemente arredondado na ponta, olhos em formato de amêndoas, boca cheia e bem delineada, rosto ovalado, sobrancelhas cheias e bem feitas. Um sorriso (ah, o sorriso...), perfeito. Aliás, tudo nela parecia ter sido feito por encomenda. Ela era totalmente bem delineada. Do fio do cabelo no alto da cabeça até o dedo mindinho do pé.

A mão fina que eu segurava depois do banho, ainda fria, tinha unhas grandes e pintadas de vermelho. Já os pés, que eu observava, delicados, tinham frencesinhas. Totalmente linda.

A mão dela começou a acariciar meu cabelo e eu comecei a pensar em quanta sorte eu tinha de conhecê-la.

O melhor de tudo: ela não era só bonita. Era muito inteligente. O tipo que qualquer um gostaria de apresentar para os pais. Tinha ótimos modos, era bem educada, culta, ouvia boa música, sabia conversar sobre qualquer assunto. Além disso, me entendia muito bem. E se vestia com uma elegância que qualquer um poderia invejar. Seus olhos profundos me encaravam quando conversávamos a sós e eu me perdia dentro deles. Ela era de uma inteligência que me deixava de queixo caído.

Nos conhecíamos desde sempre, mas ela só tinha se tornado tudo aquilo de uns anos pra cá. Acho que a nossa convivência me fez enxergar nela coisas que eu não via antes. Ela era incrível. Que bom que ela seria minha para sempre. Até a morte.

Seu telefone começou a tocar enquanto pensava nisso. Eu atendi.

- Alô?
- Você já está pronta? - A voz perguntou do outro lado.
- Ah, me dê mais alguns minutos... Estou quase pronta.

Peguei o perfume e passei displicentemente no pescoço, pulsos, calcei os pés e dei uma última olhada no espelho.

- Nos vemos mais tarde querida. - Disse, olhando para aquela que eu tinha admirado por toda manhã.
- Sim, nos vemos mais tarde. - Ela respondeu, saindo pela porta refletida do outro lado...

Ah, como eu a amava... Ah, como eu me amava.

Comentários

  1. Oi, beem elaborada e como uma crônica autêntica acabou na parte booa, rs .Continue a postar e eu continuarei a ler e ler seempre . PARABENS !!!

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  2. "Seios na medida, cintura fina, quadril médio, bundinha de academia, pernas torneadas, pés perfeitos. E aquele rosto?"

    Como diria Lara... *Espasmos*

    UI SEDUÇÃO, #EuQuero

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  3. Obrigada Nivea! sabia que vc ia gostar dessa...

    E Clayton, sinto muito, ela está na minha imaginação, não vagando por aí...

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  4. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Eu me basto !

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