O Perfume
Oi gente, cá estou eu novamente, continuando a minha série de crônicas. Algumas pessoas me perguntaram se eu realmente vivi a história do japonês do ônibus. Não gente, me deem um desconto, só sou criativa demais, posso me misturar aos meus personagens. Então, quando lerem minhas postagens, pensem que nem sempre pode ter acontecido ou não. So, have fun.
Toda pessoa pessoa que se apaixona por alguém acaba passando por um momento de decorar o cheiro do outro. O cheiro pode ser não só o perfume que a pessoa usa, mas a mistura entre perfume, amaciante, desodorante, hálito, creme de cabelo, hidratantes, ou simplesmente a pele da pessoa. No momento em que você gosta de alguém, essa mistura (que pode contar com alguns desses elementos ou todos eles) é inebriante. Mas um desses cheiros sempre se destaca mais. Esse é o perfume. Falo com propriedade, um bom perfume é a alma do negócio.
Quando uma de suas habilidades especiais é perceber fragrâncias, a coisa é pior. Se você está apaixonado, sua habilidade te faz encontrar o cheiro da outra pessoa em qualquer ambiente e automaticamente relacionar com os sorrisos, as conversas, os olhares, a voz, várias coisas.
Bem, quando eu senti o cheiro DELE pela primeira vez, achei o perfume forte demais. Senti dor de cabeça por pelo menos uma semana. Me perguntei se ELE não sentia o mesmo, afinal o cheiro estava NELE. Mas aí me lembrei que, apesar da minha habilidade com perfumes, nunca consigo sentir meu próprio cheiro por mais de um minuto, por mais que eu adore meu perfume.
Com o tempo, me acostumei com a mistura. A mistura era algo entre o perfume fortíssimo, o cabelo, o hálito, o desodorante, sei lá, cada coisa era separada na minha mente mas ao mesmo tempo junta. Então, se eu sentisse qualquer um dos componentes da mistura em qualquer outro lugar, lembranças sobre ELE invadiriam meus pensamentos. Mas uma coisa era certa: o perfume fortíssimo sempre estaria em primeiro lugar nos ingredientes da mistura.
O perfume fortíssimo foi impresso em minha memória com ferro quente. Era uma fragrância que eu jamais esqueceria. Mesmo que, de início, eu não suportasse, só de saber que era o cheiro DELE passei a gostar. Talvez aquele cheiro inspirasse a presença DELE na minha cabeça. Talvez a minha imaginação fosse fértil demais, quem sabe.
Então, comecei a esperar que nos encontrássemos, só pra que eu sentisse o perfume. Eu achava que o perfume era DELE e pertencia somente a ELE aquela fragrância anteriormente desconhecida. Pra mim, jamais eu encontraria coisa igual. Mesmo porque eu nem sabia o nome do perfume. Então, na minha perfumaria mental essa fragrância estava rotulada como Perfume DELE.
Claro, quando uma pessoa não é rica ela não pode fazer um perfume que só ela use. Sempre sonhei em fazer isso: um perfume que só eu usasse, que mais ninguém encontrasse, que me caracterizasse, que fizesse as pessoas me encontrarem em qualquer lugar (mesmo aquelas que não têm a minha habilidade) e que eu nunca enjoasse. Impossível. Não sou famosa. Nem rica. Então fico numa eterna busca pelo perfume que se encaixe melhor com meu nariz sensível. Mas nenhum dos que me agradam têm um bom fixador. Então, não me contento com um perfume que qualquer um pode encontrar, por um preço acessível, que me agrade, mas que some em segundos.
Um dia (sempre tem que acontecer um dia), estava num lugar inusitado quando senti o perfume fortíssimo. Era um lugar onde nós jamais poderíamos nos encontrar. Estava totalmente distraída, quando me peguei procurando por ELE no meio da rua. Ridículo, mas as coisas nem sempre são como a gente quer. Em sã consciência jamais faria isso.
Comecei a olhar para os lados, tentando descobrir se ELE estava ali, tão perto que seria capaz de eu sentir o Perfume DELE. Senti um aperto no peito, e comecei a farejar o ar, desesperada, perdida. Pensei em gritar "Você está aí?". Não fiz isso e descobri que ELE realmente não estava lá. Mas continuei procurando a fonte do Perfume DELE.
Na minha busca desesperada, descobri que o Perfume DELE vinha de um homem de aproximadamente 40 anos, que passou por mim umas duas ou três vezes. Bem, o Perfume não era tão DELE assim naquele momento. Mas eu o enxerguei claro em minha mente, assim que senti o cheiro. Eu queria que o homem voltasse, pra que eu pudesse sentir o Perfume DELE de novo. Afinal, mesmo não estando NELE o Perfume continuaria sendo DELE, pelo menos enquanto ELE usasse.
Assumo que a primeira vez que senti o Perfume NELE, achei que era de um péssimo gosto. Forte demais, me causava muita dor de cabeça. Mas, quando o homem de 40 passou por mim e eu senti o Perfume DELE, achei que o homem de 40 tinha um gosto excelente. E cheirava tão bem... Seria porque eu estava com vontade de sentir o Perfume DELE de novo?
Tive que ir embora. Pela primeira vez em minha vida fiquei extremamente triste em me afastar de um cheiro. Por melhor que fosse o perfume, nunca quis me fixar à ideia relacionada à fragrância. Que maluquice era aquela? Agora, simplesmente não consigo me lembrar mais do cheiro.
Espera aí, um minuto... Estou sentindo alguma coisa... Humm, que cheiro maravilhoso... Vamos visitar um pouquinho a perfumaria mental... Cheiro A... Essência B... Colônia C... Perfume DELE. Achei o cheiro.
Dúvida agora: seria ele ou outra pessoa passando por mim e usando o Perfume DELE?
O Perfume
Toda pessoa pessoa que se apaixona por alguém acaba passando por um momento de decorar o cheiro do outro. O cheiro pode ser não só o perfume que a pessoa usa, mas a mistura entre perfume, amaciante, desodorante, hálito, creme de cabelo, hidratantes, ou simplesmente a pele da pessoa. No momento em que você gosta de alguém, essa mistura (que pode contar com alguns desses elementos ou todos eles) é inebriante. Mas um desses cheiros sempre se destaca mais. Esse é o perfume. Falo com propriedade, um bom perfume é a alma do negócio.
Quando uma de suas habilidades especiais é perceber fragrâncias, a coisa é pior. Se você está apaixonado, sua habilidade te faz encontrar o cheiro da outra pessoa em qualquer ambiente e automaticamente relacionar com os sorrisos, as conversas, os olhares, a voz, várias coisas.
Bem, quando eu senti o cheiro DELE pela primeira vez, achei o perfume forte demais. Senti dor de cabeça por pelo menos uma semana. Me perguntei se ELE não sentia o mesmo, afinal o cheiro estava NELE. Mas aí me lembrei que, apesar da minha habilidade com perfumes, nunca consigo sentir meu próprio cheiro por mais de um minuto, por mais que eu adore meu perfume.
Com o tempo, me acostumei com a mistura. A mistura era algo entre o perfume fortíssimo, o cabelo, o hálito, o desodorante, sei lá, cada coisa era separada na minha mente mas ao mesmo tempo junta. Então, se eu sentisse qualquer um dos componentes da mistura em qualquer outro lugar, lembranças sobre ELE invadiriam meus pensamentos. Mas uma coisa era certa: o perfume fortíssimo sempre estaria em primeiro lugar nos ingredientes da mistura.
O perfume fortíssimo foi impresso em minha memória com ferro quente. Era uma fragrância que eu jamais esqueceria. Mesmo que, de início, eu não suportasse, só de saber que era o cheiro DELE passei a gostar. Talvez aquele cheiro inspirasse a presença DELE na minha cabeça. Talvez a minha imaginação fosse fértil demais, quem sabe.
Então, comecei a esperar que nos encontrássemos, só pra que eu sentisse o perfume. Eu achava que o perfume era DELE e pertencia somente a ELE aquela fragrância anteriormente desconhecida. Pra mim, jamais eu encontraria coisa igual. Mesmo porque eu nem sabia o nome do perfume. Então, na minha perfumaria mental essa fragrância estava rotulada como Perfume DELE.
Claro, quando uma pessoa não é rica ela não pode fazer um perfume que só ela use. Sempre sonhei em fazer isso: um perfume que só eu usasse, que mais ninguém encontrasse, que me caracterizasse, que fizesse as pessoas me encontrarem em qualquer lugar (mesmo aquelas que não têm a minha habilidade) e que eu nunca enjoasse. Impossível. Não sou famosa. Nem rica. Então fico numa eterna busca pelo perfume que se encaixe melhor com meu nariz sensível. Mas nenhum dos que me agradam têm um bom fixador. Então,
Um dia (sempre tem que acontecer um dia), estava num lugar inusitado quando senti o perfume fortíssimo. Era um lugar onde nós jamais poderíamos nos encontrar. Estava totalmente distraída, quando me peguei procurando por ELE no meio da rua. Ridículo, mas as coisas nem sempre são como a gente quer. Em sã consciência jamais faria isso.
Comecei a olhar para os lados, tentando descobrir se ELE estava ali, tão perto que seria capaz de eu sentir o Perfume DELE. Senti um aperto no peito, e comecei a farejar o ar, desesperada, perdida. Pensei em gritar "Você está aí?". Não fiz isso e descobri que ELE realmente não estava lá. Mas continuei procurando a fonte do Perfume DELE.
Na minha busca desesperada, descobri que o Perfume DELE vinha de um homem de aproximadamente 40 anos, que passou por mim umas duas ou três vezes. Bem, o Perfume não era tão DELE assim naquele momento. Mas eu o enxerguei claro em minha mente, assim que senti o cheiro. Eu queria que o homem voltasse, pra que eu pudesse sentir o Perfume DELE de novo. Afinal, mesmo não estando NELE o Perfume continuaria sendo DELE, pelo menos enquanto ELE usasse.
Assumo que a primeira vez que senti o Perfume NELE, achei que era de um péssimo gosto. Forte demais, me causava muita dor de cabeça. Mas, quando o homem de 40 passou por mim e eu senti o Perfume DELE, achei que o homem de 40 tinha um gosto excelente. E cheirava tão bem... Seria porque eu estava com vontade de sentir o Perfume DELE de novo?
Tive que ir embora. Pela primeira vez em minha vida fiquei extremamente triste em me afastar de um cheiro. Por melhor que fosse o perfume, nunca quis me fixar à ideia relacionada à fragrância. Que maluquice era aquela? Agora, simplesmente não consigo me lembrar mais do cheiro.
Espera aí, um minuto... Estou sentindo alguma coisa... Humm, que cheiro maravilhoso... Vamos visitar um pouquinho a perfumaria mental... Cheiro A... Essência B... Colônia C... Perfume DELE. Achei o cheiro.
Dúvida agora: seria ele ou outra pessoa passando por mim e usando o Perfume DELE?
Meu perfume é forte?? Você lembra do meu cheiro, como você lembra do cheiro DELE?? (Será que ELE sou eu?)
ResponderExcluirSerá que ELE existe?
ResponderExcluirPretensioso, esse Sandro, não?
ResponderExcluirRaquel, você escreve muito bem. Seu espírito criativo está numa temporada boa. Aproveite!
Estou a proveitando o máximo que posso... Que os leitores do blog aproveitem tbm!
ResponderExcluirisso aí em cima é APROVEITANDO, não "a proveitando", rsrsrs
ResponderExcluirSandro...GET A LIFE KKKKKKKKKKKKKK
ResponderExcluirGET A LIFE SANDRO, JÁ! Vou fazer uma campanha no twitter...
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