27/9/2011

Ele esperava a tarde cair , enquanto esperava a sua condução. Ele admirava o córrego correndo em meio a dois imensos rios de asfalto, cujas correntezas iam e vinham, margeadas por imensas árvores de concreto. O tráfego lhe distraía dos problemas, lhe fazia esquecer dos irmãos em agonia que ele via nos programas de meio-dia. Esperava que, talvez, um herói comum viesse lhe salvar a vida. Mas, qundo parava pra pensar, se sentia como uma marionete cujos cordões foram cortados. Seus fones de ouvido, sintonizados nas ondas FM do rádio, tiravam sua atenção das buzinas e das pessoas que, gentilmente, compartilhavam seu gosto musical em seus potentes aparelhos celulares e caixas de som portáteis. Sentia-se anestesiado e, vez ou outra, tomava um comprimido, mais por rotina do que por real necessidade. Algumas vezes, ficava se perguntando o que fariam aquelas pessoas que ele só via do outro lado da rua e, quando via alguém excessivamente arrumado, se questionava se a maquiagem só conseguiria disfarçar a tristeza quando se estivesse feliz. Se a emoção batesse, ele engolia o choro e imaginava que alimentava o mundo, fazendo, de suas lágrimas, adubo. talvez ele não levasse nenhuma dessas divagações consigo. No final das contas, ele não queria nada grandioso. Ele não queria a vida eterna. Tudo o que ele queria era apenas ter uma companhia para estar com ele, durante todo o caminho.


*Dedico este texto a meus amigos Lucas Pitangueira e Pedro Ramalho.

Clayton Araujo 

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P.S.: Este texto foi uma redação que fiz como parte de uma avaliação na data que dá o título a esta postagem. Com ela, obtive 90% da nota total. Eu uni e adaptei algumas das músicas minhas e de meus amigos a quem dediquei o texto. 

P.S. (2): Recomendo também assistir ao seguinte vídeo: 

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