Crianças juntas
Cá estamos nós, você, eu, relembrando nossa infância. Nada
fora do comum, diga-se de passagem. Mas aquilo que foi ontem também parece tão
distante quando comparada às crianças de hoje, não é?
O que fazíamos de tão especial? Nada demais. Só brincávamos.
Não havia rede social, havia rua. Nada de joguinhos eletrônicos, mas o velho esconde-esconde.
Celulares? Não, trotes no orelhão. Crianças aos 12 anos não se lamentavam de
amores perdidos; elas nem sabiam direito o que era isso.
Pipas, peões, bolas, cordas, elásticos. Crianças brincando
juntas. Piolho, catapora, gripe. Crianças brincando e adoecendo juntas. E os
doces, ah! Os doces... Nossos chicletes, pirulitos, balas, caramelos... O velho
“meu e seu” e o antipático “meu só”. Salgadinhos, pipocas doces, festas de
criança. Bolo, cachorro-quente.
Bicicletas, corridas. Crianças brincando juntas. Quedas, cicatrizes,
pontos, assinaturas no gesso. Crianças brincando e se machucando juntas. E os
brinquedos que todos queriam ter? E aqueles que eram produzidos pela nossa
criatividade? Tampas de detergente, tampinhas, garrafas PET. Crianças brincando
e criando juntas.
E no fim, cada um de nós se pergunta: por que não é mais
assim?
E sobra na boca aquele velho gostinho de nostalgia.
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